Somos mais fortes nos exemplos do que nas palavras
Uma nota sobre arquétipos, essência de marca, verdade e comunicação.
Comecei o ano relendo teorias e metodologias de gestão de marca. Transitei pelas áreas de Psicologia e de Marketing e fui até as minhas raízes de Comunicação. Um caminho que refaço de tempos em tempos e sempre volto à simplicidade da frase que ouvi ainda pequena e que tem me acompanhado pela vida. “Somos muito mais fortes nos exemplos do que nas palavras”. É a partir dela que começa uma reflexão que faz cada vez mais sentido.
Assim como as pessoas, as marcas estão em constante interação com o meio, e em cada possibilidade de contato entre uma marca e seus públicos de sustentação, existe também uma possibilidade de criar uma experiência positiva. E é a partir dessas experiências que uma marca mostra ao seus stakeholders quem realmente ela é.
A construção de uma identidade forte e de valor é reflexo direto da coerência entre discurso e prática. Nessa hora é que vemos como o trabalho de posicionar uma marca é um esforço contínuo, que vai muito além da comunicação. E assim como acontece com as pessoas, as ações são muito mais fortes que as palavras.
Mas, ver a marca como uma pessoa, trabalhar com as 12 ferramentas do Branding (arquétipos) e, a partir disso, trazer personalidade e propósito para uma marca não é um caminho novo. Muitas empresas se utilizam desta ferramenta para criar o arcabouço necessário para iniciar uma trajetória de posicionamento, contudo, ainda há muito mais pela frente para realmente criar uma marca forte.
Arquétipos - as 12 ferramentas do Branding
A partir da escolha de um ou mais arquétipos, podemos começar a tecer uma rede de ações que envolve todos os pontos de contato e as diferentes situações em que uma marca irá validar seu discurso através de ações integradas e fundamentadas pelo seu propósito. Partindo do princípio de que as marcas são muito mais fortes nas ações, tangibilizar uma personalidade de marca nos diferentes níveis de comunicação e de relacionamento com o meio é incrivelmente desafiador.
Comunicação e construção de valor
Quando a comunicação atinge de forma assertiva arquétipos emocionais universais sua ressonância é, sem dúvida, muito mais profunda. Por isso, marcas fortes apresentam uma imagem emocional bem definida.
Contudo, o posicionamento de uma marca eficiente é resultado de muitas outras entregas e, principalmente, da forma como a marca/empresa se relaciona com seus parceiros, da habilidade na construção de relacionamentos sólidos, fundamentados pelo respeito.
Quando entendemos a marca/empresa como um ecossistema e que uma organização só existe a partir de trocas com muitas pessoas, compreendemos que de nada adianta um alto investimento em comunicação se o discurso é vazio, insólito e as ações não condizem com as expectativas criadas.
Em tempos de internet das coisas, cancelamento e valorização de autenticidade na construção de narrativas, o mesmo meio que dá projeção a uma marca pode ser o responsável por perdas inestimáveis para a imagem quando a comunicação não é conduzida de forma consciente.
Por fim, chego à conclusão que na simplicidade da frase que abre o texto há um infindável conhecimento: para criar uma marca realmente inspiradora e apaixonante, não basta falar, é preciso ser e, mais do que isso, é preciso estar atento à forma como conduzimos nosso relacionamento com todos que fazem parte do nosso universo de marca. Caso contrário, grandes esforços de comunicação não se sustentam, não geram valor.